Nota Pastoral de Esclarecimento de Dom Fernando Arêas Rifan
A posição
da Igreja com relação ao aborto é muito clara: é um grave atentado à vida
humana, um assassinato de uma vítima inocente, sem defesa, no lugar que deveria
ser o mais seguro do mundo, o ventre materno, feito por aqueles que a deveriam
proteger: nenhum pretexto pode justificar esse crime; nenhum fim pode
justificar esse meio pecaminoso; nunca se deve favorecer tal pecado, sob
qualquer forma.
Pelo seu
bom senso e por sua formação cristã, 90% da população brasileira são contra
qualquer mudança na legislação do aborto. E toda a América Latina
caracteriza-se por uma altíssima reprovação desse crime. E os promotores do
aborto já perceberam que qualquer tentativa de legalização via poder
legislativo tem a probabilidade quase absoluta de falhar.
Assim sendo,
como os inimigos não dormem, em maio desse ano, foi lançada uma nova estratégia
para impor o aborto por outras vias nos países que insistem em não legalizá-lo.
Considerar o aborto uma questão de saúde. A justificativa é a seguinte: as
mulheres que estão decididas a abortar devem, segundo eles, ser acolhidas pelos
sistemas de saúde para não arriscarem suas vidas em procedimentos de abortos
clandestinos. Os governos têm o dever de orientar a gestante sobre qual a
melhor forma de usar os métodos abortivos, especialmente os medicamentos
abortivos, a fim de garantir o acesso à saúde que é um direito do cidadão e um
dever do Estado. Dizem ainda, que os governos não farão o aborto na mulher, por
isso, não cometerão nenhum crime. Eles apenas irão “orientar” a mulher que já
está decidida e isso não pode ser considerado crime. Ou seja, o erro junto com
a verdade, o mal com aparência de bem, enganando assim mais facilmente. E pouco
a pouco se introduz o aborto.
Nessa
linha, o nosso Ministério da Saúde anunciou, em junho, que estaria publicando
uma norma técnica para lidar com os “abortos inseguros”. Essa norma teria três
vertentes:
1- a
criação de centros de orientação e aconselhamento à mulheres com gravidez dita
indesejada;
2- a venda
de fármacos abortivos nas farmácias da rede nacional de farmácias conveniadas
ao SUS;
3- a ampla
distribuição e divulgação de uma cartilha informativa sobre como utilizar os
fármacos abortivos e como proceder após o início do aborto
Contra tal
procedimento, tem havido muitas reações de políticos, bispos e de várias
pessoas de bem. Mas é preciso que todos reajam, protestando pela Internet,
pelas redes sociais, pelo telefone, junto ao Ministério da Saúde, à Casa Civil
da Presidência da República, à Presidência da República, e às autoridades
envolvidas no assunto.
Cada
católico, cada pessoa de bem, cada brasileiro deve reagir para impedir que o
crime do aborto, por qualquer meio que seja, se introduza em nossa Pátria.
*Bispo da
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
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