SUMMORUM PONTIFICUM
Dom Fernando Arêas Rifan*
A
Arquidiocese do Rio de Janeiro junto com a nossa Administração Apostólica São
João Maria Vianney está realizando, de 15 a 18 deste mês, no Centro de Estudos
do Sumaré, o II Encontro Sacerdotal Summorum
Pontificum, sobre esta carta apostólica do Papa Bento XVI. O primeiro
encontro aconteceu no ano passado na cidade de Garanhuns, PE, também patrocinado
pela nossa Administração Apostólica.
O
objetivo do Encontro é reunir sacerdotes, oriundos de várias partes do nosso país,
que já celebram a Missa na forma antiga do Rito Romano em muitas paróquias para
diversos grupos, para melhor estudar essa forma litúrgica e ter a correta
orientação do Magistério, expressa nesse Motu
Proprio do Papa, que libera o uso da Missa no rito antigo para toda a
Igreja. Este nosso Encontro é realizado dentro do mais autêntico espírito de
comunhão eclesial.
Na
Summorum Pontificum e na Carta aos
Bispos que a acompanha, Bento XVI explica: “As duas formas do uso do Rito
Romano podem enriquecer-se mutuamente: no Missal antigo poderão e deverão ser
inseridos nossos santos e alguns dos novos prefácios... E na celebração da
Missa segundo o Missal de Paulo VI, poder-se-á manifestar, de maneira mais
intensa do que frequentemente tem acontecido até agora, aquela sacralidade que
atrai muitos para o uso antigo...”. O desejo do Santo Padre, o Papa Bento XVI, é
que o uso da Missa no rito antigo exista
tranquilamente ao lado da forma atual: ou seja, a paz litúrgica, “a
reconciliação interna no seio da Igreja”, através do mútuo entendimento e
respeito pelos ritos por ela aprovados.
Embora pareça geralmente que a
Reforma Litúrgica, fruto do Concílio Vaticano II, tenha tido uma aceitação
pacífica e universal na Igreja, não significa que ela não tenha causado, desde
o início, estranheza e polêmica, sem ou com o devido fundamento teológico e
litúrgico. E a hermenêutica da ruptura, adotada por muitos, dos lados ditos
tradicionalista e progressista, provoca sérias divisões e conflitos internos. O
Encontro visa, pois, esclarecer e acalmar os ânimos, dentro de uma correta
visão teológica e litúrgica, na fidelidade ao Magistério da Igreja.
O
Papa Beato João Paulo II advertia: “A diversidade litúrgica pode ser fonte de
enriquecimento, mas pode também provocar tensões, incompreensões recíprocas e
até mesmo cismas. Neste campo, é claro que a diversidade não deve prejudicar a
unidade. Esta unidade não pode exprimir-se senão na fidelidade à fé comum... e
à comunhão hierárquica” (Carta Apost. Vigesimus
Quintus Annus, n. 16).
O
Encontro tem, portanto, como objetivo esse mútuo enriquecimento e
conhecimento. Além de explanações
teológicas sobre o mistério eucarístico, sobre a necessária comunhão com o
Magistério da Igreja e sobre os aspectos litúrgicos e canônicos, haverá
oficinas de treinamento ritual para os sacerdotes que desejarem. Fazendo parte
do evento, celebrarei, nesta quinta-feira, às 18 horas, Missa Solene
Pontifical, no assim chamado rito de São Pio V, na antiga Sé do Carmo, na Rua
Primeiro de Março, no centro do Rio de Janeiro.
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