Editorial de O Globo - Opção Realista - Erra sobre Drogas em Portugal

O editorial Opção Realista (O Globo, 08/03) repete algumas inverdades que nós que atuamos na área de redução de demanda de drogas podemos rebater à luz de uma bibliografia de mais de 20 mil trabalhos científicos catalogados, apenas em relação à maconha. Mas como o espaço em jornal é exíguo, me aterei apenas ao propalado sucesso do programa de flexibilização legislativa em Portugal, afirmando o editorial: “ Em Portugal..., desde o nício do século, tem havido seguidas quedas nas taxas de consumo de todos os tipos de substâncias”. É falso. A percentagem de pessoas que experimentaram drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida em Portugal subiu de 7,8% em 2001 para 12% em 2007 (IDT – Instituto da Droga e Toxico-Dependencia de Portugal - Relatório de Atividades de Novembro de 2008).

Além disto, o número de indivíduos falecidos com testes positivos para drogas, no Instituto Português de Medicina Legal em 2007, registou um aumento de 45% em relação a 2006 (ibid).

Desde a descriminalização, o número de homicídios relacionados com drogas aumentou em 40%. "Foi o único país europeu com um aumento significativo de homicidios (relacionados com drogas) entre 2001 e 2006" (Nações Unidas – World Drug Report - Junho de 2009).

A EMCDDA (European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction), no seu Relatório Anual de 2010, afirma que as mais elevadas taxas de mortalidade causadas por AIDS entre os consumidores de droga foram comunicadas por Portugal, seguindo-se a Estônia, a Espanha, a Letônia, e a Itália; na maioria dos outros países as taxas são baixas”.

Onde estão as quedas?

Mina Seinfeld de Carakushansky


Presidente de BRAHA – Brasileiros Humanitários em Ação

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