Aproveitadores de Desgraça

Dom Hélder Câmara dizia bandeiras certas nas mãos certas. Infelizmente, a situação política do Estado do Rio de Janeiro continua a propiciar aventureiros, demagogos e a legitimar biografias sem solidez que se apresentam como estadistas em momentos de crise como a que vemos agora na Polícia Civil. Trata-se, obviamente, de uma crise na Segurança Pública do Estado. Contudo, alerto para não se confundir, nem de longe, a nobre instituição Polícia Civil, com os grupos de poder, inclusive como apoio do parlamento local e federal, que a cercaram, a tomaram e a sangraram no seu honroso ofício de defesa da ordem pública e abrigo último do cidadão. Quem poderia imaginar um policial vendendo armas e munições para bandidos, que usariam estes armamentos contra seus próprios colegas?
Mas, em nosso Estado do Rio de Janeiro, desde governos anteriores, a polícia virou vítima de ataques à sua honra e ao desempenho autônomo de suas funções, que permitiram por esta fenda abrir o campo para o vírus da corrupção se alastrar e gerar decepção em muitos e alegria em outros tantos.
O momento de hoje exige que o governador Sérgio Cabral assuma e esteja à frente da condução dos assuntos de investigação e dê respaldo as ações corretas e organizadas de seus subordinados. O caso cabe, sim, a centralização da administração da crise. É do Gabinete do Governador que deveriam emanar as respostas para reorganizar e limitar as ações isoladas e pessoais de aproveitadores internos e externos. Aqui cito um, o ex-governador Garotinho, que aproveita a ocasião para soltar farpas contra seu ex-amigo, em sentido amplo, Sérgio Cabral. A ação de Garotinho tem interesse direto nas eleições de 2012 e de 2014. Trata-se, pura e simplesmente, de uma briga pelo poder, pois Garotinho não tem histórico positivo de ação na área da Segurança Pública, que o credencie a ser crítico deste governo. O povo do Rio de Janeiro tem que dar um basta nestes aproveitadores de desgraças.

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