O Estado Laico e o perigo do Ensino Religioso
Assisti ao longo da
semana do dia 13 de fevereiro uma série de reportagens tratando do Ensino
Religioso nas Escolas Públicas produzido pela Globo News e veiculado no Jornal das 10.
A parcialidade na
abordagem e a falta de uma discussão isenta e profunda sobre o tema, como o bom
jornalismo deve praticar, revelaram que a distinta produção nada mais era do
que mais uma tentativa para desqualificar o ensino religioso no ambiente
educacional público.
Segundo a visão
majoritária apresentada por aqueles especialmente selecionados para participar
da série de reportagens e emitir opinião contrária ao ensino religioso, a
hipótese de um ensino religioso caberia, apenas, na área privada de ensino.
Isso me chamou a atenção
e me provocou algumas indagações também. Por que só as escolas fora da ligação
e influência estatal podem abrir-se ao ensino religioso? Por que o Estado laico
quer se afirmar contra o ensino religioso e contra a liberdade da expressão
religiosa na rede pública de ensino?
Com essas indagações
passo a comentar a nada virtuosa capacidade de cumprir não só na educação, mas
em outras áreas, o alegado papel pluralista, impessoal e democrático do
“senhor” Estado.
Inicialmente, o Estado
laico, como nos tem apresentado, é uma organização fora, de fato, de qualquer
padrão de valores. Basta analisarmos ao longo dos últimos anos o conjunto de
escândalos que o Brasil e o seu povo tem sido vítima.
No Ministério da Educação,
por exemplo, ocorreram vazamentos de conteúdo de provas e dificuldades fortes de
se conduzir o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Adicione-se a isso o
material produzido com erros grosseiros de português que, mesmo assim
defenderam a sua adoção alegando preconceito linguístico além da elaboração e distribuição
de material pornográfico conhecido como “kit gay”. Nestes acontecimentos os prejuízos
são incomensuráveis aos alunos!
No Ministério dos
Transportes foram, por baixo, mais de R$ 1 bilhão em desvios e superfaturamentos.
A estes escândalos somam-se
outros, que não vou detalhar, com bilhões de reais de desvios nos ministérios
do Turismo, Trabalho e Esportes. Devo ressaltar que nenhum desses recursos foi
devolvido aos cofres públicos ou qualquer figura relevante foi presa.
Chegando ainda mais
perto geograficamente de nós, assistimos o descalabro da ação do Estado nas
enchentes no Estado do Rio de Janeiro. A inoperância estatal e a corrupção dos
agentes políticos ganharam contornos de espanto das vítimas em particular
devido à alta crueldade dos perpetrantes!
Enfim, este Estado
laico que querem nos impingir é usurpador, antidemocrático e avesso ao Direito
das pessoas.
O discurso do “estado
laico” tem servido como uma base, de ordem prática, para manter distante a
possível e esperada absorção, pelas instituições, de um conjunto de valores
cristãos, que colidem fortemente com o ambiente de ética neutra, cujo fim único
é o de manter as máquinas estatais fortes, capazes de alto poder político de
manipulação e de desvios de recursos a partir dos impostos produzidos pelo
trabalho das pessoas honestas.
Na minha visão e na de
outras pertencentes ao meio educacional, a educação compreende a dimensão
integral da pessoa. Não há como fracioná-la! Há na verdade um processo
educativo, sistêmico e integrado que se consolida na busca permanente do
conhecimento associado a um conjunto importante de valores, os quais irão permitir
a sustentação do próprio ser diante de conflitos internos e externos.
Com a máquina da
educação pública emperrada por escolhas erradas na administração, com projetos
pedagógicos inconsistentes, por influência negativa de representações
classistas e por ideologias atrasadas, a educação brasileira tornou-se um pasto
livre para aventureiros.
Não é sem motivo que se
nomeia no Brasil uma ministra das mulheres que acha que as crianças são
descartáveis, bastando à mãe desejar. As crianças as quais a ministra se refere
guardam um paralelo com as outras tuteladas pelo “senhor” Estado que têm o
futuro abortado ao entrarem na rede pública de ensino.
Como observamos, a
incompetência do Estado brasileiro na educação é evidente e as razões não são
só de ordem pedagógica, pois há numerosos profissionais qualificados na
educação e projetos excelentes. O que há é a tal interferência política na
gestão dos expressivos recursos da educação nos diversos níveis da federação,
que tornou a educação pública um grande negócio. É isto: a educação pública é
um grande negócio!
E o Ensino Religioso é
vítima disso, pois tudo o que se colocar de disponível para alterar a
correlação de força entre Estado e Pessoa favorecendo a última será fortemente
combatido.
Carlos
Dias
é o autor da Lei 3459/2000 que instituiu o Ensino Religioso Confessional nas
Escolas Públicas do Estado do Rio de Janeiro.
Concordo com suas palavras e mandarei para todos os meus contatos.
ResponderExcluirParabéns por suas sábias palavras! Como prof. de Ensino Religioso, vejo com alegria o bem que estas aulas proporcionam aos alunos! Com a implantação da GIDE, o E. Religioso auxilia até para que o colégio possa atingir as metas da rede.Parafraseando Sta. Teresa D'Avila: Com DEUS somos TUDO e sem DEUS somos um NADA.
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