Política Econômica, Inflação e Intervenção Estatal
Nos últimos 40 anos o Brasil sempre
teve a inflação como um entrave forte ao seu desenvolvimento. A iniciativa
exitosa do Plano Real no governo do ex-presidente Itamar Franco, cujo mérito
não se limitou ao campo da economia, foi um marco memorável.
O ex-presidente Itamar Franco abriu o caminho
para a estabilidade macroeconômica e para o controle da inflação no país. Além
da coragem ímpar de no campo político, por razões de ordem ética, ter rompido, logo
no início do governo com o ex-presidente Fernando Collor de Mello do qual era
vice-presidente e fez de seu “exílio” Juiz de Fora, sua cidade natal no Estado
de Minas Gerais. Cito apenas estes dois episódios históricos nos campos
econômico e político para marcar bem a diferença entre tempos e governos, que são
objeto deste comentário.
A herança positiva iniciada no governo
Itamar Franco foi a consolidação de um sistema financeiro brasileiro técnico e dentro
de uma relação bem medida entre as instituições financeiras privadas e
governamentais com o bem aplicado posicionamento do Banco Central do Brasil.
Contudo, nestes praticamente 12 anos de
governo do Partido dos Trabalhadores - PT, que foi adversário impiedoso na
implementação do Plano Real, não houve uma política econômica consistente que
aproveitasse as diversas oportunidades anteriores à crise de 2008. Ao
contrário, o governo do PT tornou o Estado brasileiro hipertrofiado, pesado,
demasiadamente custoso e, desta forma, incapaz de praticar uma política de
redução de juros básicos da economia e promover o desenvolvimento sustentável.
Represou de forma irresponsável preços
controlados pelo governo. O caso da Petrobras foi emblemático, causando sérios prejuízos
à empresa, que perdeu sua alta capacidade de investimento, de indução de
crescimento econômico no mercado interno, prejuízo a investidores e abalo de credibilidade
no mercado internacional.
Sem citar outras questões mas,
resumidamente, o grande promotor de risco inflacionário e por consequência um
forte entrave para redução dos juros na economia brasileira é o próprio Estado,
que mantém firme uma política de ampliação de uma máquina pública altamente
onerosa, ineficaz e reconhecidamente corrupta.
A elevada carga tributária, perto de
40% do Produto Interno Bruto - PIB e a falta de um projeto de desenvolvimento
para o país projetam um quadro de incertezas para 2014 e 2015 que, somadas à
vontade crônica de exclusivo controle político da nação brasileira pelo PT,
pode acentuar drasticamente a crise já existente do controle da inflação e da
dívida pública.
Portanto, o país de oportunidades que
em tese foi apresentado no discurso da presidente Dilma em Davos, na Suíça, é
muito mais uma expressão da vontade pessoal dela do que da realidade econômica
do Brasil infelizmente. O sinal eloquente disto são as atas Comitê de Política Monetária
do Banco Central do Brasil e a recente cogitação de rebaixamento do grau de
investimento do país por agências de risco internacionais.
Neste ambiente, a taxa de juros no
Brasil continuará a ser a maior do mundo e crescente, prejudicando a atividade
produtiva e o consumo das famílias.
Texto do Programa Opinião Católica do dia 28 de janeiro de 2014.
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