O Brasil e o Descompasso da Integração na América Latina
O Brasil é uma das
maiores economias do mundo e tem papel preponderante na economia da América
Latina. Sempre na história recente esteve na posição de nação mais importante
da região sob os olhares competitivos da Argentina e do México.
A respeitada diplomacia
brasileira entendeu estabelecer para o equilíbrio harmônico na região um tom de
parceria e integração, mesmo com a evidente superioridade e pujança brasileira.
A meta das relações
internacionais, a partir da segunda metade do século XX, foi a de buscar
caminhos para a integração e o estabelecimento de acordos comerciais entre os
países do continente.
Esta síntese
extremamente simplista serve apenas como uma introdução do tema que desejo
abordar a respeito do papel que hoje o Brasil deseja e mostra desempenhar no continente
Latino-Americano. Esta análise foi provocada pelo pronunciamento da presidente
Dilma Rousseff em seu discurso de abertura na reunião da Organização das Nações
Unidas nesta semana em Nova Iorque.
A presidente Dilma com
clara preocupação de os efeitos de suas palavras atingir a política interna no Brasil,
quis forjar uma ação de demonstração de poder e influência, com este segundo
passo, após ter cancelado a visita de Estado que faria aos Estados Unidos.
É certo que a questão
da espionagem sofrida pela presidente, órgãos e empresas públicas como até
agora apresentado, não é irrelevante. Contudo, a questão é outra.
O Brasil com toda a
reforma feita em sua economia na década de 1990, força e superação de desafios
mercadológicos e outras medidas adotadas pela administração pública e privada, em
mais de vinte anos, não foi capaz de cumprir, não por imposição, mas por
reconhecimento, competência e habilidade diplomática e, reitero, expressão
econômica relevante, o papel de líder continental nestas dimensões.
Ao invés de desenvolver
um modelo ousado de integração econômica e de mercado, o Brasil, nos últimos
dez anos, optou por construir relações exclusivamente baseadas no caráter de identidade
ideológica, quebrando de vez, com a possibilidade de uma integração virtuosa na
região.
A política externa do
governo do PT se encanta com governos como os de Cuba, Bolívia, Equador e
Venezuela apoiando projetos e operações financeiras pouco recomendáveis do
ponto de vista técnico, aceita, passivamente, prejuízos ao Brasil destes
parceiros ideológicos na região latino-americana e acrescenta, ainda, outros
pesados danos por alinhamento ideológico também como os produzidos pelo perdão
das dívidas africanas.
O lamento da presidente
Dilma Rousseff na ONU sobre a invasão de privacidade americana, nada mais é que
um espernear de um gigante que se apequenou por própria escolha por não
descortinar horizontes possíveis de prosperidade para seu povo e ser indutor de
uma elevação da qualidade social, econômica e pelo equilíbrio da paz na América
Latina.
O Brasil convive com o
tráfico de drogas, contrabando, falsificação, escravidão, ditadura e toda sorte
de corrupção produzidas por países parceiros preferenciais por mera opção
ideológica. E isso é de um impacto colossal para o desenvolvimento e segurança de
nosso país. Não é à toa que serviços de inteligência têm se ocupado de nós.
O silêncio do Brasil em
condenar abertamente tais práticas atrai sobre nós interesses outros, fora de
uma educada classificação de invasão de privacidade.
O Brasil é alvo da especial
atenção daqueles que irão participar, por exemplo, da Copa do Mundo de 2014 e
das Olimpíadas de 2016. E, num contexto mundial de enrijecimento de atentados e
outras práticas criminosas que temos assistido, o nosso país será também
vitrine para grupos terroristas externos e internos.
Cabe a presidente Dilma
Rousseff preparar o país no campo da proteção institucional e garantir a
segurança dos brasileiros de forma ativa e não por reclamações em órgãos de
pouca eficácia na vã expectativa de que os tais invasores de privacidade parem
de agir por causa de um pito ou de um choro desolado.
Texto do Programa Opinião Católica do dia 27 de setembro de 2013.
Comentários
Postar um comentário