Grupos Pró-Vida e o PLC 03/2013
Após a aprovação pela Câmara
Federal e pelo Senado, em votação simbólica, isto é, por acordo de lideranças,
fazendo com que o PLC 03/2013 possa ser declarado como aprovado por unanimidade
nas duas Casas e a sua sanção pela presidente Dilma Rousseff, devemos fazer uma
avaliação sobre as representações pró-vida no Congresso Nacional.
O que falhou?
Entre várias razões que
podemos elencar duas ficaram para mim evidentes: a falta de consenso sobre as
implicações do texto e a outra a falta de clareza na estratégia política de
ação.
Há grupos pró-vida formalmente
constituídos com CNPJ que acham que representam os católicos e se manifestam
como tal nos ambientes políticos. Porém, não é assim! Os católicos se sentem
representados pelo o que está sendo defendido com respaldo no Magistério da Igreja
Católica, portanto, na pura doutrina.
Não adianta fundar um
grupo, chamar de pró-vida e achar que os católicos devem se submeter às
decisões tomadas por estes dirigentes. Essa vinculação não existe. Quando muito
estes grupos representam a si próprios e a seus filiados.
A defesa da vida, é bom
lembrar, é um bem inalienável e não cabe qualquer flexibilização ou concessão
nessa defesa, que friso, deve ser integral. Pois, este direito não pode ser
fracionado. Vocês já viram alguém com meia vida? Então?! Impossível!
Nesta luta não há
vitória parcial como muitos querem nos fazer acreditar. Ou nós ganhamos
integralmente ou perdemos!
Reitero que qualquer
negociação que possa significar a mínima possibilidade do aborto em qualquer
momento não pode ser aceita ou tolerada.
A falha destas
representações ficou clara no encaminhamento do PLC 03/2013 que estabelece uma
nova conceituação sobre crime de violência sexual contra a mulher.
Houve uma interpretação
seletiva de artigos e parágrafos, numa leitura parcial fora do contexto geral
do projeto, que, independentemente de vetos parciais, continuaria a garantir o
estímulo e a prática do aborto.
Sou favorável à mudança
de estratégia dos movimentos em defesa da vida que só se baseiam em
abaixo-assinados e audiências públicas pouco relevantes. Os brasileiros já se
manifestaram em forte voz majoritária, inclusive em pesquisas de opinião, serem
contrários à legalização do aborto.
Portanto, nós católicos
devemos por em prática o compromisso inegociável da defesa da vida desde a
concepção à morte natural e não a defesa de arranjos e ajustes
políticos-ideológicos em matéria tão fundamental.
Lembremos também que a
nossa atuação desprovida de coragem e sem sintonia com a verdade colabora diretamente
para a morte de milhões de inocentes no Brasil.
Se os nossos políticos
querem fazer algo, que revejam a legislação sancionada pela presidente Dilma
Rousseff e que ataquem com firmeza o comércio da morte operado pelas clínicas
de aborto espalhadas pelas cidades do Brasil. Mas, para isso, precisam ter mais do
que coragem!
Texto do Programa Opinião Católica do dia 15 de agosto de 2013.
Comentários
Postar um comentário