O Uso dos Pobres e da Pobreza
Não é de hoje que se
usa a pobreza para fins de projeção e conquista do poder político.
É um tema delicado que
devemos abordar com cuidado, pois críticos em permanente plantão, notadamente os
da esquerda, que abrigam e operam seus interesses sob o manto protetor do
Estado provedor e assistencialista e que são por este sistema financiados,
usarão da desonestidade habitual para, com argumentos emocionais de baixa
categoria, distorcerem este comentário.
A mim, friso, me toca
bastante o fato de a Constituição Cristã defender a liberdade por princípio e a
autodeterminação da pessoa como expressão desta liberdade. Não há, portanto, a defesa
de uma sujeição da natureza humana a um determinismo catastrófico e nem a um enquadramento
adestrado a modelos e sistemas.
O grande erro na
observação e julgamento dos esquerdistas é exatamente a dificuldade de incorporar
a suas análises, a impossível dimensão, para eles, da transcendência da vida
humana. Por essa razão, entre outras, que o ser Cristão e socialista ou
comunista é no mínimo contraditório. São duas realidades que não podem coexistir
na mesma pessoa.
E para exemplificar bem
este antagonismo de visão e posicionamento entre o Cristão e a esquerda
introduzo o tema da pobreza cuja defesa de superação sempre foi um bandeira publicitária
dos comunistas através do assistencialismo estatal.
Na visão da esquerda a
pobreza sempre será uma questão meramente de ordem material. Para os burocratas
da instância de controle estatal esse é o único viés da questão.
Dessa maneira os
comunistas criam um paliativo para a pobreza, isto é, certo conforto na mesma
condição. E vão além. Usam do controle estatal para produzir índices que
avaliam as suas próprias políticas. Portanto, nada mais conveniente e, também,
enganoso.
É por isso que no
Brasil há pouca saída dos programas de assistência à pobreza. Usa-se muito a
expressão inclusão. Mas, inclusão no conceito de domínio e esterilização de uma
eventual vontade de crescimento.
Na concepção dos
idealizadores dos programas sociais do governo federal trabalhar e se instruir deve
pesar negativamente na escolha do cidadão. Pois, ao ingressar no campo do
trabalho e no da educação formal o novo cidadão é punido pelo arrojo de tentar
se emancipar do Estado e ser produtivo.
O controle sobre o que
é pobreza e, consequentemente, do pobre faz desse grupo de pessoas vítima de um
sequestro da sua cidadania por razões eleitorais e, penaliza, por outro lado,
seguimentos produtivos da sociedade que sustentam, via impostos, um conjunto de
medidas estatais contra o crescimento e o desenvolvimento das pessoas e do
país.
Texto do Programa Opinião Católica do dia 13 de agosto de 2013.
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