Indignação Expressada
Já comentamos em outros
programas a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal no desfecho firme,
segundo os ditames da lei, da Ação Penal 470 conhecida como “Mensalão”.
Há pressões principalmente
políticas sobre o Supremo Tribunal Federal feitas através de simples recados, como
por exemplo, em declarações veiculadas na imprensa ou por outros meios mais velados.
A situação sempre foi
tensa neste julgamento, pois sem sombra de dúvida é o maior escândalo recente
da República. Quem divergir disto está minimizando o já provado objetivo do
”mensalão”: o de constituir, via compra com dinheiro público, para o Poder
Executivo, de uma majoritária base parlamentar no Poder Legislativo.
O crime do “mensalão”
foi justamente a interferência na independência do Poder Legislativo feita pelo
Poder Executivo e provada na Ação Penal 470 cuja trama e orquestração se
desenvolveu em Gabinete vizinho ao do presidente Lula, que sempre negou
conhecer qualquer coisa. E, ainda, foi além, disse que foi apunhalado pelas
costas. Mas, jamais citou um nome. Contudo, três figuras centrais da política
nacional e petista estão condenadas na ação. O ex-ministro da Casa Civil e
ex-deputado federal, por ter sido cassado, José Dirceu, deputado federal José
Genoino, presidente do PT na época do “mensalão” e o deputado federal João
Paulo Cunha, na época presidente da Câmara Federal.
Só neste breve relato
dos fatos temos uma dimensão da grandeza, da singularidade do crime e também de
suas implicações para a democracia brasileira.
Não é pouco não!
Não se trata de mais uma
ação de corrupção entre tantas já muito conhecida do espoliado povo brasileiro.
Repito, não! O “mensalão” foi um crime premeditado, com inteligência e
informação de Estado, ousado ao extremo com o objetivo de se instalar uma contínua
presença de um partido no controle do Poder Executivo via manipulação do Poder
Legislativo, que “garantiria” um ar de normalidade democrática.
Neste sentido,
interpreto de forma respeitosa a indignação expressa pelo Ministro Joaquim
Barbosa em sua discussão com o Ministro Ricardo Lewandowski. Não há o que
protelar e permitir hipóteses de defesas especiais para pessoas capazes, como
os hoje condenados, que constituíram advogados dos mais competentes e caros do
país e que sabiam muito bem o tipo de crime que estavam cometendo.
Por último, não cabe a
nenhum ministro querer tornar o Supremo Tribunal Federal receptivo a interesses
individuais que demandem, fora do eixo dos processos, uma revisão de sintonia política
das condenações.
Texto do Programa Opinião Católica do dia 19 de agosto de 2013.
Comentários
Postar um comentário