Novamente a Dívida dos Países Africanos

Com as manifestações das ruas a pedir por melhores condições de saúde, de educação e por uma administração pública austera, a presidente Dilma Rousseff segue justamente o caminho inverso.

Já tratei do assunto da dívida dos países africanos com o Brasil em outro programa, mas retorno ao tema em função de nova medida do Poder Executivo de encaminhar ao Senado da República Projeto de Resolução no qual concede o perdão de dívidas dos países que cito: Zâmbia, Tanzânia, Costa do Marfim e República Democrática do Congo.

Não se pode confundir esta medida do governo Dilma Roussef com política de Relações Exteriores onde, no complexo jogo estratégico de ações, benefícios financeiros e comerciais podem gerar resultados positivos no médio e no longo prazo para o país.

Esta medida pretendida pelo executivo federal nada tem de relevante no campo estratégico para o Brasil. Trata-se, como antes já me referir, de tornar o Brasil um mero agente comercial de interesses privados de empreiteiras parceiras do governo petista.

O valor em questão é alto: soma aproximadamente R$ 2 bilhões.

A operação desejada pelo governo do PT, pelas empreiteiras e pelos governos africanos não se encerra no perdão das dívidas. O que de fato levou a essa medida foi a impossibilidade de se financiar operações em nações que tenham débito em aberto com o Brasil.

A aprovação do projeto de perdão das dívidas de Zâmbia, Tanzânia, Costa do Marfim e da República Democrática do Congo possibilitarão que o BNDES volte a financiar as operações das empreiteiras nestes países. Basta, portanto, zerar a dívida para que seja concedida outra linha de crédito, salientando que há o risco de estes mesmos países se tronarem inadimplentes novamente.

Outro ponto que chama a atenção é que tais nações são governadas por ditadores que respondem a processos em tribunais da Europa e dos Estados Unidos por corrupção, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e genocídio.

Depois do alinhamento com Cuba, Venezuela e Bolívia não é nada surpreendente que o governo petista busque se aproximar de regimes de perfis semelhantes onde a liberdade e a decência não são a tônica.


Programa Opinião Católica do dia 07 de agosto de 2013.

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