A Constituinte Específica proposta pela Presidente Dilma Rousseff
Uma das mediadas
propostas pela presidente Dilma Rousseff com objetivo de arrefecer as pressões
das ruas que clamam por mudanças no país foi à propositura de uma Constituinte
Específica para uma reforma eleitoral.
Esta medida proposta é
uma interpretação no mínimo inadequada das manifestações.
Não houve das ruas
qualquer sinal neste sentido. O desejo expresso pelos manifestantes foi o de
uma reforma política dentro dos critérios pautados na Constituição Federal e,
na discussão dos projetos existentes que tramitam no Senado e Câmara Federal
neste sentido.
O correto seria que a
presidente movesse a sua base de apoio na direção de priorizar o assunto e
pautá-lo no Congresso Nacional.
Devemos ter muito
cuidado com interesses não claros e apelos abertos populistas de reformar
constituição brasileira. Basta olharmos para o exemplo de países como a
Venezuela, o Equador e a Bolívia, que na avaliação do governo petistas, são
democracias constitucionais plenas e estáveis.
O que está acontecendo
no Brasil não pode ser imputado exclusivamente como uma crise do sistema
político eleitoral ou de representação formal. É uma crise gravíssima mas, antes
de tudo, de ordem moral.
O povo nas ruas se
manifesta claramente contra um Estado e um governo que usurparam a segurança
institucional do país. A administração petista desestabilizou a crença da
população nas instituições regulares republicanas e isso não se altera com
reforma constitucional.
A pressão das ruas está
a exigir mudanças no campo da administração pública quanto à moralidade, quanto
à imparcialidade na gestão dos recursos, bem como, a efetividade dos programas propostos,
o compromisso firme com a redução dos gastos públicos e uma urgente e inadiável
reforma administrativa do Estado.
É importante alertar que
se o governo, nesta manobra demagógica de querer se apropriar indevidamente das
aspirações legítimas das ruas e interpretá-las a gosto próprio, corre o risco de
ampliar a insatisfação da população e de gerar novas e maiores pressões das
ruas sobre as instituições.
A Constituinte
Específica proposta pelo governo Dilma Rousseff serve apenas para enfraquecer a
já combalida autonomia e credibilidade do Poder Legislativo. Portanto é uma
ação deliberada de desqualificação de um poder fundamental no equilíbrio das
instituições da República.
A consequência natural
caso esta tentativa de alteração constitucional prospere será a supressão das funções
exclusivas do legislativo, transformando o Brasil numa República plebiscitária
nos moldes dos companheiros bolivarianos e “cocaleiros”
admirados pelos assessores internacionais deste governo do Partido dos
Trabalhadores.
Texto do Programa Opinião Católica do dia 01 de julho de 2013.
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