História e Fundamento das Manifestações
O governo Lula chegou ao
poder central em 2003 com uma carga de confiança elevada. Muitas pessoas
esperavam que o Partido dos Trabalhadores no governo fosse apresentar de forma
concreta o que os petistas no “marketing” chamam de “jeito PT de governar”.
Logo de saída
assistimos o pacto do governo Lula com as chamadas pelos petistas forças
conservadoras. Lula seguiu um receituário de política econômica recomendado
pelos bancos e pelo sistema financeiro internacional. Continuou a pagar juros
enormes caladinho aos banqueiros e não fez a prometida auditoria das dívidas
interna e externa.
Com esse comportamento muitos
analistas afirmaram que Lula havia atingido a maioridade política.
Contudo, como podemos
hoje observar mais nitidamente, o projeto de Lula, José Dirceu e José Genoino,
nunca foi o de passar o país a limpo e nem de trazer para as instituições um
reequilíbrio político de forças.
Ao contrário, o PT no governo central do país
mostrou apenas que tinha um plano eleitoral para chegar e manter-se no poder.
Fatores externos
positivos no campo da economia permitiram um arrojo de medidas concentradoras
de poder na União, que dificilmente poderiam ser combatidas com o alto lastro
de popularidade de Lula na época.
O Brasil avançou, mas
nas entranhas do poder um câncer encoberto estava se desenvolvendo. Um projeto
de poder fora dos limites da ética e da democracia. O câncer acabou por eclodir
em 2005 e foi denominado de Mensalão.
O Mensalão foi o maior
golpe tramado contra as instituições brasileiras na história recente do país.
Comprovado e julgado na Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal o Mensalão
manchou a biografia de Lula, de diversos petistas notórios e humilhou com o
silêncio outras figuras do partido dos trabalhadores, as quais, antes, usavam da
crítica ácida e às vezes inverídica contra adversários.
As manifestações de
agora nas ruas de todo o país revelam que a população brasileira já não aguenta
mais viver sob a constante propaganda do governo federal em mídias regadas a
centenas de milhões de reais, não aceita mais a corrupção instalada e forte no
país conjugada com a falta de punição exemplar dos verdadeiros mentores dos
crimes.
É preciso que se registre
também que nos estados da federação a insatisfação se equivale as do nível do
governo federal, pois escândalos robustos locais sequer são apurados.
O desencanto é a tônica!
Enfim, o estopim das
tarifas de transportes permitiu que a população se apresentasse novamente a
Nação como a titular do verdadeiro poder. E pelo fato destas manifestações em
geral ser exemplo de democracia, as transformações se darão de forma mais
eficaz nas eleições de 2014.
Texto do Programa Opinião Católica do dia 28 de junho de 2013.
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