Manifestações e a Economia Brasileira

Outro impulso para as manifestações ocorridas nas ruas das maiores cidades do país foi o elevado grau de incerteza da economia brasileira.

Os dados da economia inspiram cuidados e mostram que a inflação é crescente e num item sensível como o setor de alimentos chega a 12% anualizada.

As remarcações voltaram ao dia a dia dos supermercados.

Nos setores como os de educação e saúde com similar interesse e sensibilidade das famílias a inflação anualizada supera os 8%.

O voraz apetite do governo federal em arrecadar associado a uma máquina paquidérmica composta de 39 ministérios somada a formação de novas empresas estatais dá a dimensão certa da pouca capacidade de planejamento do governo da presidente Dilma Rousseff, da real intenção de controle de gastos públicos e da inflação.

E, justamente, por ser este o ambiente, torna-se impossível fazer-se qualquer tipo de medida de ajuste de resultado prático.

Os programas de desoneração de impostos estimularam a demanda, porém, não houve efeito, como alguns gostam de dizer, sustentável em relação à reação efetiva da oferta.

A produção industrial cresce com o resultado operacional, isto é, com o lucro da atividade. E, também, com a produtividade. Não há como o empresário investir se não há lucro que justifique, como também, se não há ganhos de produtividade.

O Brasil tem problemas relevantes nas contas públicas. Já citamos o descontrole da inflação. Mas há também a desmoralização do regime de metas, o gasto público que cresce acima do PIB e o superávit primário se diluindo.

Medidas importantes de austeridade se impõem. E não estamos falando de medidas recessivas. Falamos de medidas de adequação de estrutura do governo federal para enfrentar o visível desperdício e a exuberante estrutura, que serve, exclusivamente, para o inútil objetivo de empregar companheiros. Diga-se de passagem, que muitos destes companheiros figuram de forma ativa em escândalos e, por mera condição de amizade, atuam em negócios públicos com privilégios impensáveis em ambientes de sadia moral.

Como em outros comentários aqui já veiculados repito: a reforma que esperamos deve ser mais de fundo moral do que de fundo econômico.


Texto do Programa Opinião Católica do dia 26 de junho de 2013.

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